Descarbonização agrícola: a nova fronteira de crescimento para a BASF no Brasil

Publicado em 03/07/2025 por

 

A descarbonização da agricultura emerge como um pilar central para um novo ciclo de crescimento no agronegócio brasileiro, conforme destacado pela BASF, gigante global da indústria química. Em entrevista à Bloomberg Línea, Ademar De Geroni Júnior, vice-presidente de marketing estratégico da BASF na América Latina, enfatizou as vastas oportunidades impulsionadas pela crescente demanda por biocombustíveis e a necessidade premente de uma produção mais sustentável.

A relevância do Brasil para essa estratégia é inegável, com mais de 80% dos produtos da BASF comercializados no país sendo fabricados localmente. Esse compromisso com a produção nacional ressalta a importância do mercado brasileiro para as aspirações de sustentabilidade da empresa.

Durante o recente World Agritech Summit, Marcelo Batistela, VP de Soluções da BASF no Brasil, com 22 anos de experiência na companhia, provocou a audiência sobre a complexidade da cadeia do agronegócio. Em sua apresentação, Batistela foi enfático: "Descarbonizar a agricultura será necessário" para que o setor possa avançar e romper com práticas que, embora tenham nos trazido até aqui, não serão suficientes para "nos levar ao futuro".

O potencial agrícola do Brasil, com suas duas safras anuais (ou quatro a cada dois anos, considerando os ciclos de soja e milho), oferece um terreno fértil para a implementação de inovações sustentáveis. A safra principal, geralmente de soja, é seguida pela "safrinha" de milho, uma dinâmica que permite múltiplos cultivos e, consequentemente, múltiplas oportunidades para otimização e descarbonização.

 

Inovação e Sustentabilidade no Centro da Estratégia da BASF

 

As declarações dos executivos da BASF refletem uma estratégia global da empresa que se apoia em um tripé fundamental: inovação, tecnologia integrada e sustentabilidade. A descarbonização da economia global é vista como um motor para alavancar o consumo de culturas como soja e milho no Brasil, especialmente no contexto dos biocombustíveis. "A descarbonização da economia global é uma grande oportunidade para alavancar o consumo de soja e milho no país", reiterou De Geroni.

A expansão da demanda por biocombustíveis, como o biodiesel e o etanol de milho, abre caminhos para um agronegócio mais verde. No entanto, em meio a essa aposta na agricultura regenerativa – um tema cada vez mais presente na agenda das empresas do agronegócio – o mercado brasileiro de defensivos deve passar por um período de estabilidade neste ano, segundo De Geroni.

Essa desaceleração reflete a queda na rentabilidade dos produtores, que retornaram a patamares pré-pandemia, pressionando as decisões de investimento. Diante desse cenário, a BASF direciona seus esforços para o aumento da produtividade e a redução de custos, promovendo um uso mais eficiente dos recursos. Isso inclui a integração de genética avançada, inteligência artificial e ferramentas digitais, visando entregar soluções mais eficazes e, consequentemente, mais sustentáveis para o campo.