O CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas) terá uma participação especial na programação da COP30 no próximo dia 19 de novembro, quarta-feira. Régia Moreira Leite, coordenadora da Comissão de ESG da entidade, participará da palestra “A Bioeconomia como Caminho para a Transição Ecológica e o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia”. Em sua apresentação, a especialista vai propor um novo olhar sobre o papel da região Amazônica na economia global: o de protagonista da inovação sustentável.
A fala da executiva reforça que a Amazônia pode ser muito mais do que o “pulmão do mundo”. Pode ser também o cérebro da inovação e da bioeconomia, unindo ciência, tecnologia e floresta em um modelo de desenvolvimento que já mostra resultados concretos.
“Durante muito tempo, ouvimos que indústria e floresta são inimigas. Mas a realidade da Zona Franca de Manaus (ZFM) mostra o contrário: é possível produzir em larga escala, gerar emprego e renda, e ainda manter 97% da preservação da floresta. Isso é a prova viva de que a indústria pode ser aliada da natureza”, pontua ela.
No coração da Amazônia, o Polo Industrial de Manaus (PIM) abriga mais de 600 indústrias de alta tecnologia, com mais de 572.990 trabalhadores, sendo que cerca de 138 mil são contratados diretos pelas indústrias da região. O PIM também concentra a atividade econômica e reduz a pressão por desmatamento em outras áreas da floresta. De acordo com Régia, o segredo está em inovar com propósito, transformando o conhecimento da biodiversidade em valor econômico sustentável.
“A floresta não é um obstáculo ao desenvolvimento, ela é o nosso maior ativo. O caminho da bioeconomia é usar a inteligência da natureza como matéria-prima para inovação. É um novo ciclo econômico, que gera valor, riqueza e conhecimento - tudo isso com a floresta em pé”, destaca.
A estratégia proposta pela coordenadora do CIEAM se apoia em três pilares fundamentais:
“A bioeconomia é uma proposta de reconciliação. Ela mostra que floresta e indústria não precisam estar em lados opostos, elas podem e devem caminhar juntas. O futuro sustentável da Amazônia depende exatamente dessa integração entre inovação, produção e conservação”, conclui a executiva.
Com essa visão, o CIEAM reforça que a Amazônia não deve ser vista como um fardo a ser protegido, mas como um ativo estratégico para o desenvolvimento sustentável do Brasil e do mundo. A floresta pode ser o centro de uma nova economia global. Uma economia que alia prosperidade, conhecimento e equilíbrio ambiental.